quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Coisas que ainda dá pra fazer em 2016

Eu sendo incrivelmente brega e sem assunto de novo? Sim. Seria melhor não escrever nada do que escrever sobre assuntos incrivelmente clichês? Quem sabe. De qualquer jeito, eu amo essas listas -mesmo nunca conseguindo fazer nada delas o que só faz me deixar mais frustrada ainda com minha "falta de produtividade".

//Pintar e decorar novamente meu quarto
Eu estou pensando nisso faz quase dois anos e ainda não mudei praticamente nada. Meu quarto continua com uma cama, paredes roxo e rosa se alternando, um pisca-pisca e dois filtros do sonho em uma parede, um guarda-roupa sem portas (arranquei) e uma parede cheia de fotos de artistas que eu gosto, além de uma boa bagunça uma quantidade razoável de livros. Eu estou com a tinta aqui, e tive a ideia maravilhosa (vinda de uma newsletter), de decorar a parede assim:

(também quero esse abajur ali do lado de parede e a almofada de um bicho que eu não sei o nome e a cabaninha e tudo, pelo amor de deus, alguém decora meu quarto assim??)

Mas como a vida é curta ( e o ano também ), vamos deixar como meta apenas levantar a bunda e pintar as paredes, já que a tinta está ali preparadinha, só abrir e usar e abusar dela, e fazer esses +zinhos com fita isolante. Tem mais umas ideias de como usar essa maravilha aqui, óh.


//Intensivão de inglês
Eu fiquei, desde o começo do ano, falando que iria melhorar muito meu inglês nesse ano (pode ter acontecido um pouco, mas sem foco). Então, eu vou me comprometer com isso e tentar fazer um " intensivão " até o fim do ano. Ou ao menos começar a usar regularmente todos os app para aprender inglês que eu baixei (acabei usando mesmo somente dois, duolingo e lingualeo. Além de voltar a ler mais coisas em inglês, qualquer coisa, artigos, letras de música, livros, mas peloamordedeus utilizar a língua para poder aprendê-la!!!1!!

(eu tiraria print mas já acho que esse post está com muitas imagens, então, deixa eu me gabar que meu nível está em 72% mesmo eu usando raramente o app)

//Organizar minha caixa de entrada do e-mail
Okay, pode parecer uma bobeira que se faz em menos de 5 minutos, mas durante uns dois meses eu saí assinando tudo que vi na minha frente, principalmente newsletters e jornais online, e eu estava lendo tudo ao menos uma vez por semana, as coisas iam bem, vivíamos felizes, mas daí, do nada, eu decidi que não queria mais e fiquei dois meses sem nem abrir o e-mal. Resultado foi 281 mensagens acumuladas (acabei de ver). O problema é que eu não posso simplesmente excluir tudo, porque eu tenho uma necessidade de abrir e ao menos tentar ler pra ver se é algo que me interessa. Porque sinto que posso estar perdendo algo que vá mudar minha vida ali. Mas ler 281 coisas assim, em uma sentada só, não é uma tarefa muito fácil, mas digna de ser colocada nesse lista. 

//Desenhar 
Eu sempre desenhei incrivelmente mal, embora adore demais. Foi depois de um texto da Aline Valek sobre que minha vontade veio a tona e eu consegui fazer essas duas coisinhas:

(o dedo indicador ficou "meio" comprido demais)

(admitam que ficou no mínimo fofinha)
(me desculpem pelo desenho apagado que ficou marcado)

//Tentar perder a vergonha de divulgar o blog
Sim, o único local em que eu tenho coragem de deixar o link dos meus posts é no grupo Se organizar, todo mundo bloga, porque eu tenho um TERRÍVEL medo de divulgar esse espaço aqui em qualquer rede social que eu tenha. Medo de que as pessoas do meu cotidiano descubram o que eu escrevo, medo de ser ridicularizada, sei lá, são vários tipos de MEDO que me impedem de fazer isso. Talvez até o final do ano eu destrave, né? Não deve ser tão difícil...

Ou sim. 

(vamos deixar a meta aberta, mas quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta) 


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Eu estou ansiosa ??!!? Nós estamos ansiosos??!!??

(Cléo Pires para acalmar nossos corações ansiosos e angustiados)

Alô pessoas do outro lado da tela.
Um mês e uma semana depois de não escrever nada - minto, escrevi algumas linhas sobre vários assuntos, mas acabei desistindo, mandando tudo pra pqp falando que estava muito muito ruim e colocado em mais um monte de ideias que poderiam ser bacanas mas eu não estava com muita inspiração pra escrever que também podem ser chamadas de caixinha dos rascunhos. UFA. Essa frase foi grande. Espero que você tenha lido ela de um fôlego só porque é como está tudo ultimamente na minha vida. Em um fôlego só.

Sim, eu vim aqui falar sobre ansiedade de novo - se você não aguenta mais as pessoas baterem nessa tecla você pode fechar essa aba e voltar quando o assunto te agradar mais (espero que chegue a agradar um dia). Pois bem. Eu senti que a coisa estava realmente saindo do meu controle umas duas semanas atrás, quando eu estava terrivelmente ansiosa por coisas do cotidiano (sempre é), como pedir pra sair, sair de casa, um namoro, as mais de 300 mensagens na minha caixa de entrada do e-mail, o trabalho de história que eu deveria ter feito mas não fiz, mas eu realmente não preciso de nota nessa matéria, mas preciso em ed. física e meu deus do céu, acho que também tem trabalho pra amanhã e eu fiz na apostila, será que deveria ter feito em um papel separado? Mas, afinal, eu preciso pedir pra almoçar fora amanhã (!!!).

A cabeça de pessoas com ansiedade funciona mais ou menos no ritmo que estou escrevendo esse texto (talvez um pouco pior). Pois bem, a questão é que isso tudo me fez acordar várias vezes durante a noite, com falta de ar. Eu não conseguia respirar. Eu acordava uma hora, depois as duas, as três, quatro, cinco, cinco e quarenta. E toda vez, minha mente me fazia pensar em tudo aquilo que eu coloquei no parágrafo anterior e EU NÃO CONSEGUIA RESPIRAR!!! O ar literalmente não conseguia entrar nos meus pulmões, o que me fez entrar em maior pânico ainda e ficar me revirando na cama até conseguir cair em um sono que não me ~regenerou~ de jeito nenhum. E quando eu finalmente acordei pra poder ir pra escola, meu estômago estava doendo terrivelmente. E eu estava com vontade de vomitar. 

A questão é que isso tudo está me impedindo de fazer coisas normais do cotidiano (como falar com meus pais ou fazer perguntas a estranhos), em um nível absurdo que está começando a afetar as pessoas a minha volta. Devo procurar um psicólogo? Para procurar um psicólogo terei que falar com meus pais sobre isso? Eu nunca vou conseguir realmente me abrir pessoalmente sobre isso? Sim. É, poucas chances de conseguir procurar ajuda pra ansiedade por causa da ansiedade. No fim é só uma bola de neve louca que vai levar todos nós. 

Todos mesmo. Esses dias minha melhor amiga veio falar sobre " você já percebeu que ultimamente está todo mundo fodid*, com depressão e ansiedade?" É. Eu já percebi. O que está acontecendo com todos nós? Será que estamos desaprendendo como lidar com todas as coisas que temos que fazer? Alguma vez na história da humanidade já soubemos lidar? Somos uma geração de acabados? Eu não faço a mínima ideia. Vocês fazem?

sábado, 1 de outubro de 2016

Alimentando a cinefilia



 Uma vez, no meio do BEDA, eu tive essa ideia, de fazer meio que um post por mês tentando falar sobre filmes. Eu fiquei com um pouco de preguiça - até porque assisti muito pouco em agosto - e acabei desistindo. Vamos ver se dessa vez cola.

Último filme assistido: Interestelar

A primeira coisa que se precisa saber desse filme é que, apesar de ser ficção científica, o Mr. Nolan usou e abusou das interpretações, dos personagens, dos sentimentos. A atuação é maravilhosa e o foco muitas vezes - sendo contraditório, já que eles estão lá querendo salvar o mundo - é nos sentimentos individuais de cada um. A relação deles com sua família, a sensação de largar seus filhos tão exposta no rosto, a traição, o amor. Sentimentos são quase uma quinta dimensão, literalmente. O que fica bem claro no discurso da Dr. Brand, quando eles tem que decidir para que planeta vão. O amor, no filme, é tratado como ciência, como algo maior do que nós que poderia muito bem ser um instinto, ser um sentido, ao lado de olfato e paladar. Esse discurso dela é provado várias vezes ao longo do filme. O amor, em Interestelar, é um personagem.

manual de como não chorar nessa cena, preciso

Esse ano eu estou gostando muito de ficção científica (depois de ter assistindo Ex-Machina). E, apesar dos sentimentos, é uma sensação muito estranha ser apresentado a várias teorias na prática. " Eu esperei 23 anos ", enquanto para eles passaram apenas algumas horas. Relatividade. A procura de outro planeta, porque bem, a Terra está nos expulsando. Buracos de minhoca, que entortam o tempo-espaço e fazem um atalho. O que há dentro de um buraco negro? Do que precisamos para que a vida humana seja capaz de acontecer? O filme tenta nos fazer pensar em muitas dessas questões ~científicas. 

Assim, eu sei que o filme é bom quando, horas depois de ter assistido ele - e mesmo dias depois - eu pego me lembrando de cenas e pensando "mas será que é assim mesmo?" " Meu deus, isso é genial".

Uma coisa que eu não posso ser: crítica de cinema. Impessoalidade é impossível pra mim e eu sempre acabo prestando mais atenção nos meus sentimentos quando assisto do que realmente na técnica, posições de câmera e etc. Me disgurpa. Eu não achei nenhuma crítica boa para indicar, também. Então, ficamos aqui com o trailer.

***

Eu fiz uma tentativa de assistir Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Meu primeiro bip bip de alerta do meu alertrometo de filmes que eu não vou gostar, foi o ator. Jim Carrey. Mas okay, tudo bem, às vezes você tem um certo preconceito com tal pessoas mas em algum filme ele fez uma boa atuação. Parei de novo naquela coisa de Manic Pixie Girl claramente escancarada  com a Clementine. Forcei mais um pouquinho. Mas não, não deu. Acabou se tornando meio tedioso e eu achei melhor não forçar. Tanto filme que eu vou gostar por aí, não devo perder meu tempo forçando um goela abaixo.

***

Alguns links sobre cinema

Quadro por Quadro - algumas resenhas gostosinhas para quem gosta delas.

Lully de Verdade - esse canal da Lully, que fez (faz?) faculdade de cinema, falando sobre seu curso, com resenhas, listas e mesmo explicando um pouco da parte mais técnica. 

Grupo Espaço da Sétima Arte - esse grupo fechado no facebook, em que os administradores disponibilizam torrents de vários filmes clássicos e mais difíceis de achar na internet da vida.

Toca dos Cinéfilos - esse site aqui que também disponibiliza torrents de filmes mais clássicos e antigos, classificados por ano. A plataforma utilizada agora é o blogspot, não sei está funcionando direito, mas provavelmente está.

Uma lista: filmes favoritos da vida (sem explicação)

- Os Sonhadores: é um filme para quem entende mais de cinema, porque tem uma quantidade exorbitante de referências cinematográficas e musicais e a experiência de assisti-lo melhora muito se você conseguir entendê-las. São três adolescentes ( todos interpretados por ótimos atores, Louis Garrel, Eva Green e Michael Pitt), durante as revoltas populares na França - não lembro direito o contexto. Os personagens são todos ótimos, os diálogos são PERFEITOS, o filme é FOD* e com certeza vai ser um dos melhores que eu já assisti em toda a minha vida. 


( e o fim é o lindo de um PÁH na nossa cara)

- Clube da Luta:  sem mais explicações. É um filme maravilhoso. Simplesmente. Mexeu com minha cabeça e me fez ficar pensando e revendo as cenas mentalmente por mais de semanas.

- Sei lá, não consigo lembrar de mais nenhum. Voltamos em outra edição, me desculpem.

Na próxima vamos ter uma coisa mais elaborada, eu prometo.

Uma imagem:


(da página Fãs da  7ª Arte)




   

sábado, 24 de setembro de 2016

Já que nada faz sentido porque o nome também não?


 Depois de dois meses de extrema regularidade, eu pulo fora e falo " TCHAU!". Uma vez quando mostrei o blog para um amigo meu que tinha um sobre literatura e tinha conseguido uns patrocínios por aí, me deu uma bronca falando que eu precisava, muito bem, tirar minhas próprias fotos e ter mais regularidade. Além de parar de falar abobrinhas que ninguém quer saber. Pois bem, eu mandei ele a merda. Eu não quero patrocínios e muito menos dinheiro. Eu escrevo aqui para mim mesma. Não para uma pessoa ou outra que vem a ler meus textos. Por isso não divulgo. Porque eu não quero ter que dar satisfações sobre o que escrevo ou a frequência que escrevo - ou talvez seja apenas só preguiça ou vergonha mesmo. Vai saber. 

Entrando no séc XXI

Eu comprei um celular e cheguei a tentar fazer um post sobre " impressões de uma pessoa que tem pela primeira vez um smartphone no século XXI". Não foi para  frente. Desisti e ficou aí, no rascunho, junto com mais centeas - sem brincadeira - de textos que também não foram para a frente. É como um cemitério das palavras da minha mente. Esquisito. As palavras tinham um significado parecido com a) como parece que a música se torna bem mais frívola e não dá o mesmo prazer quando você pode escutá-la a qualquer hora em vez de ter que esperar o dia inteiro para poder ouvi-la b) ao mesmo tempo a sensação de colocar seus foninhos e entrar em um mundo somente seu é maravilhoso e c) estar num mundo só seu também faz com que toda sua socialização em volta acabe. Minhas conversas com as pessoas da van acabaram, por exemplo.

Dá pra ser mais aleatória?

Cortei meu cabelo, ontem. Deu vontade, fui lá e falei pra minha mãe " vamos ali no cabeleireiro? Vou cortar três palmos do meu cabelo, até ele ficar no pescoço ou no ombro". Fomos. A cabeleireira perguntou que tipo de corte eu queria. Sentada de frente para o espelho, com meu rosto estranho pelo cabelo dividido ao meio, eu falei que não fazia a mínima ideia. Acabei cortando em algo que ela chamou de bob long. Ou um chanel mais compridinho que ficou mais pra chanel do que pra compridinho. Porém meu cabelo é enrolado e as pontas não aparecem bem. Fazer o quê.

Esses dias entrei no meu e-mail e tinham quase 124 newsletter. Perdi o completo controle e mesmo assim, enquanto lia algumas que indicavam outras, estava assinando mais. Hoje consegui acabar com pelo menos metade delas. 

00:00 me peguei vendo uma vídeo aula sobre aritmética molecular, logo depois de uma semana de provas para a qual estudei no máximo 5 minutos para cada matérias (e mesmo assim, minhas notas foram médias e boas ). Você se pergunta como eu cheguei ali? Sei que não mas vou responder mesmo assim. Depois de pesquisar links da DW sobre maçons, cheguei na Cicada 3301 - um desafio que envolve muita criptografia muito ligada aos maçons. Criptografia sempre foi um dos meus amores de toda a vida, então lembrei de um tutorial explicando criptografia RSA. Eu tinha empacado numa parte que envolvia aritmética molecular, conteúdo de graduação. Pronto. Assim que cheguei a esse ponto.

Três links

Sobre algumas coisas que li nessa internet da vida ultimamente.

Bukowski é a nova modinha das redes sociais - esse texto sobre o velho safado, já que comprei um livro dele - O amor é um cão dos diabos - e acabei chegando nesse texto no Papo de Homem.

Cicada 3301 - o dito texto sobre Cicada 3301, que ficou na minha cabeça. 

Citizenfour - o documentário sobre Snowden, no youtube, completo e legendado. Desculpa, mas todo mundo precisa assistir isso. Sério. Apesar de ter algumas partes meio chatinhas, porque ele foca mais no cotidiano deles do que realmente no conteúdo. 

Esse texto fez algum sentido? Acho que não. Mas não era pra fazer mesmo, então, tudo bem. 

sábado, 20 de agosto de 2016

Flopamentos e aleatoriedades

Flopamento é uma palavra que existe? Provavelmente não. Mas foi tecnicamente o que aconteceu com o BEDA. Fui firme e mais ou menos forte até o décimo segundo dia e então fiquei sem ideias e vontade. Além de tudo, meu teclado estava com erro de configuração, estava sem acentos e cedilha, então não rolou. Vamos aceitar e fingir que não aconteceu. 

foto de No Caminho de Swann 

No começo do ano eu li No Caminho de Swann, o primeiro de O Tempo Perdido, do escritor francês Marcel Proust. Acho que em algum post que eu não faço a mínima ideia qual é, talvez o sobre bad boys, eu falei essa parte aqui e foi passando fotos da minha irmã que eu lembrei que tinha tirado foto de tanto que gostei. Assim, eu tinha tentado ler o livro antes, mas foi só em 2016 que eu finalmente consegui chegar ao final do livro. Primeiro, assim, falam que nossa, ele fica cinco páginas falando sobre as lascas do armário dele. Não é para tanto, mas dá para negar que ele tem uma narração bem detalhista e difícil, com palavras truncadas de um jeito bonito pacas ( e muito melhores que bonito pacas).

Eu li em janeiro então melhor não falar muito dele por aqui porque não lembro direito, só sei que é maravilhoso e leiam, mas só se estiverem acostumados com narrativas mais difíceis. 

Depois de No Caminho de Swann, eu li Capitães da Areia, do meu escritor brasileiro favorito até 2016: Jorge Amado. E, se você for ler, me escute. É só tristeza. Eu chorava de 5 em 5 páginas, de forma que eu tinha que parar pra limpar os olhos porque as letras estavam todas embaçadas. É extremamente triste. É sobre garotos baianos de classe baixa, que roubam para sobreviver. É sobre crianças que não foram amadas. É muito, muito triste. 

Após esses dois livros super hiper pesados, eu li apenas blockbuster (é um termo pra filmes mas eu uso pra o que eu quiser, sou rebelde sem causa, me deixem) e releituras, que incluíram Garota, Interrompida. Agora, eu estou lendo A Tormenta das Espadas e tentando novamente mais uma investida em Graça Infinita - leiam essa resenha. É muito, muito genial. Muito genial. Leiam aquele texto maravilhoso aí e vão entender. Mas também, é pesado - literalmente ou não, você decide.

" e as casas, os caminhos, as avenidas são fugitivos, infelizmente, como os anos."

Eu andei lendo muito sobre tecnologia e web nessa semana - o título avisou, aleatoriedades, não me culpem. Tipo como funciona o BitTorrentesse tutorial explicando criptografia RSA ( aviso: envolve matemática avançada, se preparem ) e esse tutorial sobre Python. Fico me perguntando se mais alguém fica lendo sobre isso sábado à noite. 


Já que estou falando sobre tecnologia, vamos falar de Mr. Robot, essa série maravilhosa. SÉRIO. É muito boa. Eu só assisti os cinco primeiros episódios da primeira temporada ainda, mas o terceiro e o quinto são maravilhosos. O terceiro tem uma frase que ficou na minha cabeça por séculos " Você é um 1 ou um 0? ", ao que Elliot - o protagonista - responde que o mundo não é só código binário, mas acaba provando que opa, É SIM. Então eu fiquei me perguntando isso e provavelmente vou ter essas palavras na minha mente pelo resto da minha vida. 
O quinto acaba falando sobre mudar o mundo. Ele conta que quando era pequeno, seu pai levou ele para a praia e seu tênis encheu de areia. Quando ele chegou em casa, espalhou areia por todo o chão e sua mãe ficou brava. Mas seu pai não. Ele disse que aquele areia tinha demorado milhares de anos para chegar lá, mas ele tirara ela do lugar. Ele tinha mudado o mundo. Mas então ele fala algo como sobre quantas vezes precisaria encher o tênis de areia para mudar realmente algo de forma significativa. Nós mudamos o mundo todos os dias, mas para fazer realmente uma mudança drástica, demora muito tempo. E a maioria das pessoas simplesmente não têm estômago pra isso.

 Não precisa necessariamente entender sobre tecnologia para entender a série, mas fica muito mais legal se você souber do que caramba ele tá falando. É ótima, resumindo.

Meu e-mail quando abri hoje, tinha 84 fuckings mensagens. Socorro, minha vida saiu do meu controle, o que é que eu faço?


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

#12 Projeto 642 coisas sobre as quais escrever

" o lo que podría haber sido, pero no es."
leia escutando Caroline

Curitiba, 12 de agosto de 2016

 Olá, meu amor.


 Consigo lembrar do seu cheiro somente fechando os olhos  e mentalizando. Uma mistura de hortelã com cigarro barato que subia ao meu nariz e me deixava em êxtase. Embora tenham se passado anos, tenho na memória cada linha que formava teu rosto e cada momento em que passamos juntos. Seu rosto quadrado que se fechava num maxilar que você costuma prender quando estava nervoso, batendo os dentes. Tenho saudades de enfiar o nariz no ponto de encontro do seu pescoço esguio com seus ombros. E morder tua pele que tinha um cheiro tão gostoso. Sinto falta das tuas mãos em volta de minha cintura e do jeito com que me puxava para si. Das tuas crises e das lágrimas caindo de seus olhos marejados enquanto eu te aninhava entre meus braços.

  O jeito que passávamos a noite inteira acordados, porque era o único horário em que podíamos ficar juntos, embora morássemos sobre o mesmo teto. Tínhamos vidas completamente distintas e horários que só se encontravam de madrugada. Mas o que mais dói quando vem a minha mente é o beijo que marquei em sua testa, entre as sobrancelhas pretas, o dia em que me deixou. Minhas lágrimas molharam seu rosto, mas você se virou e sem olhar para trás, fechou à porta atrás de si. 

  Lamento não ter ao menos tentado te segurar comigo - envolvendo-te entre minhas pernas e pretendo-te ao meu beijo - mas eu sabia que você tinha que ir. Também sabia que, apesar de um bom sexo e um beijo excitante, nada te prenderia ali, comigo. Você iria para onde bem queria. Era uma das características tuas que eu amava. Amava mais quando onde você queria ir era para dentro de mim, mas já que agora era para longe, o que eu poderia fazer? Deixar aquele beijo na sua testa e te libertar. Mas o que mais lamento, veja bem, é que você nunca tenha existido.

    Te criei dentro da minha mente, em meus devaneios. Procurava-te em meus pensamentos, em madrugas sozinhas debaixo de minhas cobertas, me esquentando pensando em ti. Criei a cor de teus olhos, as linhas de sua face e as de sua personalidade. Ao fim, você era outro, independente de mim, com seus atos longe do meu alcance e domínio. Você se foi. Se foi ao fim até para longe de meus pensamentos. Mas ainda lembro do seu cheiro. Seu cheiro de hortelã e cigarro. E essa memória me desperta todas as outras. Inclusive a lembrança de que eu te amava. 

 Adeus, talvez definitivo.
 Katherine Donna Tart.

Essa carta faz parte do projeto 642 coisas sobre as quais escrever (vejam esse blog, ela escreve muito bem). Mais especificadamente o número 11 - Escreva uma carta de amor para quem já se foi. É fictícia ( ou não, você decide ).

   

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

#11 Problematizando o fim de Rory e Logan

como é que um casal que começou com " You jump, I jump, Jack " termina desse jeito?

(contém muitos spoilers de Gilmore Girls)

A sétima temporada está sendo extremamente complicada para mim e me deixando com alguns nós na garganta - um desses é o final que deram a Laine, mas isso já foi falado muito - e a outra coisa é o que acontece com o relacionamento de três anos da Rory com o Logan. Ele decide na frente de todo mundo, na sua festa de formatura, pedir a mão dela. Ela o puxa para fora e fala que tem que pensar sobre isso. Ele concorda. Ela fala com a mãe, experimenta o anel e no dia da formatura ele aparece, com seu terno e seu sorriso de filhinho de papai tão lindo. Rory não aceita. Mas também não quer terminar. Para ele, é tudo ou nada.

E é uma coisa que me incomoda demais isso. Por que eles [homens] tem que escolher quando dar o próximo passo e se não quisermos, pois bem, pegue suas malas e dê um tchauzinho? Nunca vi nada polemizando disso, mas me parece algo extremamente constrangedor. Porque a única coisa em que consigo pensar se alguém pedisse para se casar comigo na frente de um monte de gente da minha família é constrangimento. Por que é que os dois simplesmente não podem decidir isso juntos? É um relacionamento, afinal, que envolve dois indivíduos e não apenas um. 

E no caso de Logan e de Rory foi algo que me deixou mal - desculpa, eu sou desse tipo de gente que fica mal com essas coisas em séries. Eles eram um casal que se amava tanto, que se dava tão bem e passou por tanta coisa junto. Agora, porque a Rory não quis fazer o que o playboy quis, o relacionamento acabou. Poupe-me. Se fosse uma mulher falando " ou você casa comigo ou nos separamos ", chamariam ela de atirada, forçando o marido e todo o blá blá que já estamos acostumados a ouvir. Por que quando um homem faz isso é fofo? Não é fofo, minha gente. É constrangedor. É horrível, porque todas as decisões são pare serem tomadas juntas. Juntas. Não num grande evento que te pega de surpresa. 

Uma das coisas que me incomoda em um casamento é isso, mas tem muita coisa também. Como o de colocar o sobrenome do seu marido no seu nome. Não me parece nada mais do que apenas uma marca, como se marca um boi. Como dizendo que aquela mulher pertence aquele homem. Eu nunca, de forma alguma, casaria se fosse assim. Eu já tenho um sobrenome, muito bem, obrigada. E tem um comentário vindo da Emily que fala exatamente sobre isso " Mas ele é um Huntzberger!". Claro que uma fala dessas vindo dela é uma coisa até normal, porque foi o ambiente em que ela foi criada. Ela cresceu acostumada com isso, ensinada a isso. 

Claro que, de forma alguma, é uma crítica à série. Ela é ótima, embora a sétima temporada tenha me deixado de estômago embrulhado por várias coisas. Claro que não foi a Amy Sherman-Palladino que produziu o roteiro, então podemos até entender essa divergência com todas as outras temporadas. Mas, vamos lá, essa tentativa de casamento forçado do Logan foi algo que me deixou muito com uma cara de desprezo. 


P.S: Esse post era pra ter saído ontem (eu fiquei um dia sem postar), mas ao menos eu tenho uma desculpa: roubaram os fios de internet e telefone da minha rua e eu fiquei sem. Essas coisas só acontecem comigo.